segunda-feira, 26 de março de 2012

ÉTICA, MORAL E POLÍTICA


Por: Carlos Henrique de Noronha Silva,
Professor de Filosofia do Ensino Médio,
 Graduado e licenciado em Filosofia pelo Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA em Belo Horizonte/MG.
 Habilitado em Filosofia, Sociologia e História.

Percebendo o contexto da atual política e, no entanto, lendo o conceito político segundo a visão do filósofo Platão (428-347 a.C.), há uma distinta diferença entre a política entendida pelos gregos e a prática política de hoje. É mediante esta problemática, que conscientizar se faz mais que necessário, despertando para o pensamento crítico, fazendo análise a cerca da política seguida da ética e da moral.
É possível uma conduta política sem a ética e a moral? Como já é do conhecimento de todos, para que um grupo viva bem, é preciso que haja regras, ou melhor, normas de conduta. Pois, existe uma diferença entre norma e regra.
Vem-me agora a memória meu ex-professor de Faculdade, Mestre João Carlos Gomes Lino de Belo Horizonte/MG, da disciplina de Filosofia Política. Ele em uma de suas aulas falou-nos da diferença existente entre norma e regra, conceito do qual particularmente gosto muito; “A norma é estabelecida pelo consenso e convivências das pessoas. E a regra é estabelecida pelo saber competente, por um saber técnico. Já a moral pressupõe expectativa de conduta”.
Nesse sentido, a ética deve ser entendida como uma reflexão racional sobre os valores. E a política por sua vez é o debater, trocar opiniões, argumentar, eis a prática democrática, isto é, ocorre a prática do diálogo para a decisão, dando a todos o direito de falar e a condição de serem iguais uns aos outros e à lei passa ser partilhada entre todos.
A ética e a moral estão imersa no contexto político, exigindo expectativas de condutas, cumprindo seu papel, servindo de lembrete, ao ponto de controlar toda e qualquer ação política, e não somente política, mas também cumpre a função de regular as normas no campo da reflexão. Na ausência desta podemos cair no vazio, na abstração. Eis o que diz Platão no Livro A República: “Muitas vezes ocupa-se de política e, saltando para a tribuna, diz ou faz o que lhe passa pela cabeça”.
Portanto, a política conduzida sem normas de conduta pode vir a ser um caos. Uma verdadeira desordem, comparada ao que temos presenciado no recente cenário político; desvios do dinheiro público, políticos corruptos, eleitores corrompidos, entre tantas outras situações do gênero. Contudo, esta realidade se torna cada vez mais longe de uma possível solução. Até porque, muitas das pessoas que fazem parte dos órgãos de fiscalização são as mesmas pessoas que facilitam a prática da corrupção ao invés de cobrar e fiscalizar.
Vale aqui lembrar que essa realidade pode ser diferente se cada um de nós nos comprometermos com a política, e aqui refiro-me a política não partidária, mas a política entendida enquanto discussão, troca de opiniões, argumentos que nos conduza a decisões de melhoria para uma comunidade ou até mesmo para a sociedade visando o bem público, comum a todos e não apenas beneficiar a um indivíduo ou a um pequeno grupo da sociedade.

9 comentários: