Por: Maeli Pereira Caraíba – 1 “U” Matutino
Escola de Educação Básica Imaculada Conceição - EEBIC, março 2011.
O
mito da caverna pode ser considerado a parte mais conhecida da obra de
Platão, o qual retoma alguns aspectos da mitologia grega,
destacando sua importância na compreensão de nossa existência. Ele
afirmava que o Logos -a razão- capta o ser, mas não a vida. O mito tem a
função de expressão da nossa fé, de nossas crenças.
Reproduzo abaixo a forma como compreendi o mito da caverna:
Pense
em uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, onde sua
entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu nascimento, os
seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder se locomover, forçados a
olharem apenas para a parede do fundo, e sem nunca terem visto a luz do
sol nem o mundo lá fora, situação esta que passa de geração para
geração. Acima do muro, uma luz exterior ilumina o espaço onde vivem os
prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo que está
do lado de fora sejam refletidas como sombras nas paredes do fundo da
caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos
ombros figuras de homens, mulheres, animais e suas sombras são
projetadas na parede da caverna.
Os
prisioneiros julgam que as tais sombras são as próprias coisas
externas, e que os objetos vistos são seres vivos que se movem e falam.
Um dos prisioneiros, muito curioso, decide fugir da caverna e então,
fabrica um instrumento com o qual quebra as algemas e escala o muro,
saindo da caverna.
No
primeiro momento, fica totalmente cego pela claridade do sol, pois seus
olhos não estão acostumados; pouco a pouco se acostuma com luz e começa
a ver o mundo. Fica encantado, deslumbrado com o que ver, e descobre
que o que vira em sua prisão eram apenas as sombras.
Deseja ficar longe da caverna e somente voltará a ela se for obrigado, para contar o que viu e libertar os demais prisioneiros.
Como
a subida foi difícil, porque o caminho era íngreme e a luz, ofuscante,
também o retorno será difícil, pois será preciso acostumar-se novamente
com a escuridão, o que é muito mais difícil do que se acostumar com a
luz.
Ao
voltar para a caverna, o prisioneiro agirá com modos diferentes e não
saberá mover-se nem falar de forma que o compreenda. Não acreditarão
nele e então correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a
caverna e por ser considerado um estranho.
A
mensagem deixada por esse mito tem várias interpretações. Dentre estas
podemos citar que esse homem que consegue sair da caverna é Sócrates.
Ele tentou mostrar aos homens de sua época que existia a possibilidade
de outro mundo, mas estes não o compreenderam e o condenaram a beber
cicuta. Os indivíduos que vivem como se estivessem aprisionados são
aqueles que vivem no mundo da doxa, ou seja, da ignorância, porém,
existem aqueles que buscam ter um conhecimento filosófico, ser um
questionador. A caverna representa o mundo da racionalização.
Atualmente,
poderiam ser considerados como representação dessa caverna muitos
programas de televisão, onde seus protagonistas desejam que o povo
permaneça na doxa, viva apenas no senso comum.
Será
que o que aprendemos está contribuindo para que consigamos sair apenas
do mundo das opiniões, do mundo da doxa? Fica-nos essa indagação.