segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O MITO DA CAVERNA

Por: Maeli Pereira Caraíba – 1 “U” Matutino
Escola de Educação Básica Imaculada Conceição - EEBIC, março 2011.

O mito da caverna pode ser considerado a parte mais conhecida da obra de Platão, o qual retoma alguns aspectos da mitologia grega, destacando sua importância na compreensão de nossa existência. Ele afirmava que o Logos -a razão- capta o ser, mas não a vida. O mito tem a função de expressão da nossa fé, de nossas crenças.
Reproduzo abaixo a forma como compreendi o mito da caverna:
Pense em uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, onde sua entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu nascimento, os seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder se locomover, forçados a olharem apenas para a parede do fundo, e sem nunca terem visto a luz do sol nem o mundo lá fora, situação esta que passa de geração para geração. Acima do muro, uma luz exterior ilumina o espaço onde vivem os prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo que está do lado de fora sejam refletidas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais e suas sombras são projetadas na parede da caverna.
Os prisioneiros julgam que as tais sombras são as próprias coisas externas, e que os objetos vistos são seres vivos que se movem e falam. Um dos prisioneiros, muito curioso, decide fugir da caverna e então, fabrica um instrumento com o qual quebra as algemas e escala o muro, saindo da caverna.
No primeiro momento, fica totalmente cego pela claridade do sol, pois seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco se acostuma com luz e começa a ver o mundo. Fica encantado, deslumbrado com o que ver, e descobre que o que vira em sua prisão eram apenas as sombras.
Deseja ficar longe da caverna e somente voltará a ela se for obrigado, para contar o que viu e libertar os demais prisioneiros.
Como a subida foi difícil, porque o caminho era íngreme e a luz, ofuscante, também o retorno será difícil, pois será preciso acostumar-se novamente com a escuridão, o que é muito mais difícil do que se acostumar com a luz.
Ao voltar para a caverna, o prisioneiro agirá com modos diferentes e não saberá mover-se nem falar de forma que o compreenda. Não acreditarão nele e então correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna e por ser considerado um estranho.
A mensagem deixada por esse mito tem várias interpretações. Dentre estas podemos citar que esse homem que consegue sair da caverna é Sócrates. Ele tentou mostrar aos homens de sua época que existia a possibilidade de outro mundo, mas estes não o compreenderam e o condenaram a beber cicuta. Os indivíduos que vivem como se estivessem aprisionados são aqueles que vivem no mundo da doxa, ou seja, da ignorância, porém, existem aqueles que buscam ter um conhecimento filosófico, ser um questionador. A caverna representa o mundo da racionalização.
Atualmente, poderiam ser considerados como representação dessa caverna muitos programas de televisão, onde seus protagonistas desejam que o povo permaneça na doxa, viva apenas no senso comum.
Será que o que aprendemos está contribuindo para que consigamos sair apenas do mundo das opiniões, do mundo da doxa? Fica-nos essa indagação.